Cidade do Cabo, 5 de Janeiro de 2014 – Enquanto os governos e as corporações mineiras estão reunidos na Conferência de Minas de Indaba na Cidade do Cabo, África do Sul, para falar sobre outras maneiras de expandir a indústria mineira, pessoas comuns de África e de outras partes do mundo (dentre elas Moçambique) vão juntar-se de 4 a 7 de Fevereiro para discutir e apresentar propostas de alternativas à extracção destrutiva que sejam sustentáveis e viradas para o povo.
Diálogo dos Povos, uma rede de movimentos sociais e activistas rurais e populares da África Austral e América do Sul, a Assembleia das Mulheres Rurais e a Campanha para Desmantelar o Poder Corporativo, irão juntar-se a outras centenas de pessoas no 5º seminário sobre Mineração Alternativa de Indaba. Estas organizações entendem que o modelo extractivo corporativo que está a percorrer os países africanos, em nome do crescimento económico e do desenvolvimento, é altamente destrutivo.
“Em Moçambique, estamos a ver um ataque violento da mineração, especialmente por combustíveis fósseis e energias sujas. A nível local, isto está a prejudicar as comunidades, deslocando-as dos seus territórios e arrancando os seus recursos. Ao mesmo tempo, está a danificar ecossistemas e a contribuir para mudanças climáticas perigosas, o que já está a causar impactos climáticos devastadores em todo o mundo. A luta contra a mineração destrutiva é uma luta pela sobrevivência” – salienta Anabela Lemos, Directora da Justiça Ambiental em Maputo.
Há muito tempo, já desde os tempos do colonialismo, que as comunidades em toda a região têm vindo a desafiar este modelo destrutivo de desenvolvimento e estão agora a desafiar as novas formas de extractivismo.
Na Cidade do Cabo, Diálogo dos Povos vai realizar dois eventos públicos. No primeiro evento, as poderosas vozes e perspectivas das comunidades, ex-trabalhadores mineiros e mulheres que fazem parte das comunidades mineiras irão expôr as suas preocupações e apresentar alternativas de que a humanidade e o planeta precisam tão desesperadamente. O Segundo evento será sobre a BRICS e a sua agenda extractiva. Há indicações de que os investimentos da BRICS, particularmente no sector extractivo na África Austral e no resto de África, são altamente destrutivos, sendo constituídos por apropriação de terras e água, relações abusivas de trabalho e com as comunidades e danos ambientais.
No dia 6 de Fevereiro, o fórum público, “Mineração Destrutiva: Comunidades Falam sobre Impactos e Alternativas”, será realizado no Centre of the Book, Rua Queen Victoria, das 18h00 às 20h00. As comunidades afectadas pelas minas irão falar publicamente sobre o que viveram no seu dia-a-dia com as minas e irão propor alternativas de desenvolvimento que apoiam as necessidades locais e regionais de desenvolvimento, soberania alimentar, projectos extractivos menos intensos e de menor escala com impactos sociais e ambientais mínimos. Clique aqui para mais informação sobre o evento.
O Segundo evento sobre a BRICS e a sua Agenda Extractiva, terá lugar no dia 7 de Fevereiro no Hotel Ritz das 16h30 às 18h30. Experiências com as corporações BRICS serão apresentadas por pessoas do Brasil, Moçambique e África do Sul.Acompanhar a andamento aqui.
Segundo Mercia Andrews, da Diálogo dos Povos e Assembleia das Mulheres Rurais, “é imperativo discutir as alternativas à mineração destrutiva e juntar comunidades afectadas e pessoas comuns para discutir as nossas alternativas. Os camponeses e a classe trabalhadora, particularmente as mulheres, carregam o peso dos impactos da mineração devido às suas posições marginais dentro das suas próprias comunidades, e isto deve ser contestado”.
PARA MAIS INFORMAÇÃO
Mercia Andrews aberto Diálogo entre os Povos e Assembleia das Mulheres Rurais – Telefone: +27823683429 oumercia@tcoe.org.za aberto communications.pd@gmail.com.
Michelle Pressend – Campanha para Desmantelar o Poder Corporativo – Telefone: +27825641581 oumpressend@gmail.com.