Nesta sexta-feira (29), acontece a Assembleia anual dos acionistas da ThyssenKrupp, em Bochum, na Alemanha. Na ocasião, ativistas da campanha #PareTKCSA entregarão aos diretores da empresa uma carta exigindo imediata reparação pelas violações cometidas pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), em Santa Cruz e nas imediações da Baia de Sepetiba, zona Oeste do Rio de Janeiro. Entre as denúncias estão o adoecimento ocasionado pela chamada chuva de prata (lançamento de particulado poluente no ar) e a interrupção da pesca na região, provocados pela siderúrgica que se instalou na região em 2005 e que também é controlada pela mineradora Vale S.A., com 27% das ações. Atualmente, mais de 300 ações contra a TKCSA movidas pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro em nome das famílias impactadas ainda aguardam uma decisão da Justiça.
A entrega da denúncia acontece meses antes do vencimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por meio do qual a empresa funciona, já que não tem licença ambiental. A renovação do TAC deve ser discutida em abril de 2016. “Antes que a decisão seja tomada, queremos convidar a sociedade a debater sobre o sentido da concessão da licença de operação a uma empresa que em dez anos construiu um legado de destruição ao povo e ao meio ambiente da nossa cidade e que ainda precisa responder pelas violações de direitos que cometeu”, diz trecho da carta assinada por mais de 70 pesquisadores/as, ambientalistas, parlamentares e movimentos sociais.
Além de celeridade no julgamento dos processos de reparação, a carta exige ainda a realização de uma auditoria em saúde nas proximidades da siderúrgica, o fim das isenções fiscais do empreendimento e a instauração de uma CPI do TAC na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Paretkcsa.org
Concomitante à entrega do documento, a Campanha permanente #PareTKCSA irá lançar uma plataforma virtual multimídia que reúne conteúdo exclusivo sobre o tema em pesquisas, vídeos e reportagens. A página contém uma linha do tempo com os fatos mais relevantes dos 10 anos de resistência às violações cometidas pela siderúrgica. A reportagem exclusiva “Reta João XXIII: vida nas franjas do desenvolvimento nacional”,disponível na página da campanha, aprofunda tais denúncias e relata o cotidiano de quem convive com a siderúrgica.