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Compra de terras e florestas envolve “capos” da multi que corrompeu fiscais do ISS paulistano

Fernando Brito

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agência Reuters anuncia que foi concluída a venda de 205 mil hectares de florestas da Fibria – fusão entre a Aracruz Celulose e a Votorantim – nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Bahia.

É mais de 20% das terras da empresa, uma gigante da celulose.

Diz a matéria que o Cade aprovou a venda, sem restrições. Em princípio, é o que deveria fazer, porque é a venda de um pedaço da maior empresa para outra.

Mas quem é a outra empresa?

A suspeita de que a Parkia seja uma empresa controlada por estrangeiros  aberto e que, portanto, teria limites legais à compra de terras no Brasil – era tão forte que a Fibria foi aos jornais dizer, numa insólita declaração,  que não é e que a compradora estava “aberta para passar os detalhes de sua formação ao mercado”.

Mas não passou coisa alguma.

É simples: a Parkia é uma empresa de fachada.

“Funciona” em “parte” de uma sala do escritório de contabilidade Apex Auditores, no Edifício Downtown, na Barra da Tijuca – Av. das Américas, 500, Bloco 2, sala 301.

Não emprega um mateiro, um lenhador, um operador de serra.

Vai é fazer a corretagem das terras ou, mais provavelmente, servir como “descarrego” contábil para a Fibria reduzir seu endividamento, com um contrato de recompra das terras na gaveta.

No mesmo endereço,  funciona a Arapar Participações, integrada e dirigida pelos mesmos integrantes da Parkia.

parkiaQuem era o responsável pela Parkia até novembro do ano passado?

O senhor Luiz Idelfonso Simões Lopes, presidente brasileiro da Brookfield, braço imobiliário da notória Brascan no Brasil.

Ele passou a presidência para Charles Wanderley Maia, criador de gado em Goiás e de cavalos de raça.

Não se sabe muito dele, exceto que recebeu uma condenação por uso de guia falsa no recolhimento de impostos, aqui no Rio.

Os outros diretores, Renato Cassim e Paulo Cesar Carvalho Garcia são, como Simões Lopes, capas-pretas da Brookfield: vice-presidente e conselheiro geral da empresa.

A Brookfield, como se sabe, é uma das maiores pagadoras de propina para a máfia dos fiscais do ISS paulistano.

Que matéria podia sair daí, se tivéssemos jornalismo investigativo, não é?

Bom, pelo menos podíamos ter Polícia Federal.