Introdução
Esta publicação apresenta dados e análises recentes sobre a expansão do monocultivo de cana-de-açúcar no Brasil para a produção de etanol, particularmente sobre o processo de monopólio no setor a partir de fusões e aquisições de usinas por empresas estrangeiras. Este estudo refere-se mais especificamente à fusão da empresa brasileira Cosan com a petroleira holandesa Shell, que se constituiu na Raízen. Alguns dos elementos centrais em nossa análise referem-se aos impactos econômicos, sociais e ambientais gerados pela expansão do modelo agrícola baseado no monocultivo e no latifúndio.
Além das supostas vantagens ambientais através da substituição de combustíveis fósseis, o discurso oficial sobre os benefícios dessa expansão incluem perspectivas de abertura de mercado externo e segurança energética em um momento de crise. Com acesso privilegiado a crédito e diversas formas de subsídios estatais, 45% do etanol produzido em nível mundial vem do Brasil. Das 435 usinas instaladas no país, a Raízen, formada a partir da fusão Cosan-Shell, é a maior produtora.