Instalação foi feita pela Articulação de Atingidos e Atingidas pela Vale, que também participa da assembleia para expor aos acionistas as práticas de violações e má gestão da empresa.
Rio de Janeiro aberto A sede da Vale S.A., em Botafogo, amanheceu com um memorial em homenagem às vítimas do rompimento da barragem de rejeitos do Córrego de Feijão, em Brumadinho. A ação acontece no dia em que a Vale realiza a sua primeira Assembleia de Acionistas após a catástrofe. A Articulação dos Atingidos e Atingidas pela Vale distribuiu 233 placas com os nomes das vítimas fatais, e 37 placas com os nomes das pessoas ainda desaparecidas em decorrência do desastre protagonizado pela empresa. A iniciativa procura impedir que a dor das centenas de famílias mais duramente afetadas caia no esquecimento, e cobrar um posicionamento efetivo daqueles que de fato podem atuar sobre a conduta da empresa: os acionistas.
Os acionistas críticos integrantes da Articulação participarão da Assembleia, que tem início marcado para as 10 horas da manhã. Nela, os acionistas irão pedir a rejeição do Relatório de Administração referente às atividades da empresa no último período, além de exigir a paralisação integral das atividades da mineradora e a destituição completa de sua diretoria. Tais medidas, segundo os acionistas, são necessárias frente à situação de completa indeterminação do risco inerente às atividades da Vale. Apenas em Minas Gerais, a mineradora não consegue fornecer um relato preciso sobre a segurança de 17 barragens; cerca de mil pessoas foram deslocadas de suas casas, sem prazo de retorno, em virtude da insegurança generalizada e da política do medo gerida pela empresa.
Para os acionistas, o seguimento da empresa sob o comando da atual diretoria significaria um obstáculo às investigações do crime ocorrido em Brumadinho. A situação de insegurança e as violações direitos se estendem também a outras áreas onde a Vale atua, impactando populações inteiras ao Norte e Nordeste do país.